segunda-feira, 9 de março de 2015

Gravidez após os 40 aumenta risco de aborto, parto prematuro e diabetes

8/3/2015 às 00h15 (Atualizado em 8/3/2015 às 11h06)

Especialistas explicam o que acontece com corpo da mulher após os 30 anos

Fabiana Grillo e Vanessa Sulina, do R7
Antes de engravidar, procure um especialistaThinkstock
Qual será a hora certa para eu ter um filho? Para muitas mulheres é difícil encontrar a resposta para essa pergunta. Afinal, hoje em dia, são inúmeros os motivos que impulsionam elas a adiarem o sonho da maternidade. Falta de estabilidade financeira, vontade de investir e subir na carreira, estudos ou até falta de um relacionamento estável são apenas alguns dos empecilhos. Porém, quem quer ser mãe, precisa ficar atenta ao tempo do corpo, já que, com o avanço da idade, torna-se não só mais difícil engravidar como também arriscado à saúde da mulher e do bebê.
Segundo dados mais recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas), o número de mulheres que tiveram filhos aos 35 anos ou mais subiu de 303 mil em 2004 para 354 mil em 2013, esse índice corresponde a 14,3% dos nascimentos daquele ano. Médicos ouvidos pelo R7 afirmam que essa mudança acontece especialmente nas grandes cidades, já que o público feminino tem investido na carreira antes de ter filhos.  
Sem ter como remediar, a mulher nasce com uma quantidade limitada de óvulos que reduzem em quantidade e qualidade ao longo da vida, segundo explica o ginecologista e obstetra presidente da SBRH (Sociedade Brasileira de Reprodução Humana), Mario Cavagna Neto. A própria natureza impõe dificuldades para se ter filho com mais idade, alerta o médico.
— A mulher nasce com dois milhões de óvulos. Aos 12 anos, ou seja, na primeira menstruação, a menina tem cerca de 300 a 400 mil óvulos. Todo mês há a perda de uma grande quantidade de óvulos, independentemente da mulher usar contraceptivos. Quando ela chega aos 35 anos, essa quantidade já caiu para 50 mil. Na menopausa, ela tem menos de mil óvulos.
Além do declínio da fertilidade após os 30 anos, o ginecologista e responsável pelo Centro de Reprodução Humana do Hospital Sírio-Libanês, Carlos Alberto Petta, chama a atenção para os riscos de uma gravidez tardia, como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, complicações no parto, aumento da possibilidade de aborto, nascimento prematuro e alterações genéticas.
— Quanto maior a idade, aumenta o risco. A chance de aborto aos 40 anos é de 25%, já aos 44 anos pode chegar a 50%, pois o aborto também está relacionado às alterações genéticas. Além disso, após os 40 anos, sobe muito a possibilidade de a mãe ter diabetes gestacional e aumento da pressão arterial [pré-eclâmpsia]. Se a mãe tem problemas clínicos, muitas vezes, deve-se também adiantar o parto do bebê.
Em mulheres que engravidam aos 30 anos, a incidência de síndrome de Down (uma das principais alterações genéticas) é de um a cada mil nascidos. Aos 40 anos, é de um para cem nascimentos. E aos 45 anos é de um para cada 50, acrescenta o presidente da SBRH.
De uma forma geral, os riscos de a mulher ter problemas na gestação entre 20 anos e 30 anos é de 10%, avisa Petta, que também é da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo). Já na faixa etária entre 30 e 35 gira em torno de 15% e isso aumenta progressivamente, chegando aos 40 anos com 40%, diz ele.
Fonte: http://noticias.r7.com/saude/gravidez-apos-os-40-aumenta-risco-de-aborto-parto-prematuro-e-diabetes-08032015

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